Após as manifestações que culminaram com a greve dos policiais militares que assustou a população, é a vez dos policiais civis. De acordo com o presidente da União dos Escrivães de Polícia de Pernambuco (Uneppe), Divanildo Gonçalves, a partir de desta segunda-feira (19) começa uma operação padrão, na qual os profissionais só trabalham na delegacia na presença do delegado e vão para a rua somente com coletes à prova de balas e ordem de serviço por escrito. Participam da operação escrivães, agentes, peritos papiloscopistas e comissários.
Em contrapartida, a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Pernambuco (Sinpol-PE) esclarece, por meio de nota, que não existe nenhuma deliberação em assembleia por parte da categoria quanto a qualquer ato de protesto. A operação padrão está sendo organizada por um grupo dissidente.
Além da operação padrão também está prevista uma passeata na próxima quarta-feira (21), às 15h. A concentração será na Praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista, com destino ao Palácio do Campo das Princesas e Assembleia Legislativa, no Centro do Recife. A principal reivindicação é que todos os policiais recebam o mesmo percentual da gratificação de risco de morte. Atualmente, os delegados recebem 225% e os policiais, em geral, apenas 100% sobre o salário base.
A categoria está mobilizando os policiais que não forem para a passeata para ficarem de braços cruzados em frente às delegacias vestidos com camisas brancas.
De acordo com o presidente da Uneppe, Divanildo Gonçalves, o salário dos policiais civis de Pernambuco é o mais baixo do Brasil. Atualmente, o salário base é de, aproximadamente, R$ 1.400. Um acordo aprovado em 2011 entre o governo estadual e o Sinpol prevê aumento gradual do salário base dos policiais civis, através do plano de cargos e carreira. Em 2012 e 2013 foram feitos dados reajustes de 8,40% e 8,14%, respectivamente. Em junho de 2014 já está previsto um aumento de 14,55%, resultando em um salário de R$ 1.633,34. A Uneppe denuncia também excesso de horas extras devido à falta de policiais.
“Além disso, o movimento surgiu após a má administração do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE). Hoje, a maioria dos policiais não aceita o sindicato como representante legal”, denuncia. A manifestação do dia 21 está sendo organizada pela Confederação Nacional dos Policiais Civis do Brasil (Cobrapol) em todo o País, mas, segundo o Sinpol, o órgão não foi oficialmente comunicado, por isso não aderiu ao movimento.
No Recife, a previsão é de que participem caravanas de cidades como Caruaru, Vitória de Santo Antão, Goiana, Limoeiro, Garanhuns, Palmares, Santa Cruz do Capibaribe, Afogados da Ingazeira e Petrolina. A estimativa da diretoria é de que pelo menos dois mil policiais esteja presentes na caminhada.
Depois da manifestação haverá uma assembleia para decidir se a operação padrão continua.
Texto: do NE10
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